Mas não dá para a plasticina?
Numa semana em que só se fala de educação, vejo-me em busca de uma escola para o meu filho de dois anos e meio, que para o ano terá de encontrar novo sítio.Sendo que nos dois últimos anos a escola pública da minha área de residência não conseguiu vaga para uma única criança de três anos, tenho de procurar um colégio privado. E é isso que ando a fazer.
Temos, portanto, várias hipóteses, algumas delas descartadas à partida:
- colégios Opus Dei
- colégios onde há chefes para tudo e mais alguma coisa
- colégios muito longe de casa apesar de apetecíveis
- colégios com más referências por parte de amigas que os experimentaram
- colégios onde se paga mais do que se tem
Sobram-me ainda alguns, mas a coisa não está fácil.
Para já, dizem-me em todos que não sabem se há vagas, só lá para Janeiro ou Fevereiro, mas nessa altura já as crianças têm de estar inscritas porque as listas de espera já vão longas. Mas muito longas? Não sabemos.
Podemos ver a escola? Ahhhh, agora não, só se for chamada. Então e qual é o projecto pedagógico? Bom, isso terá de falar com a directora, na reunião, se for chamada.
Noutra entramos. As crianças parecem felizes, o espaço é agradável. Deixa ficha de inscrição.
A outra telefonamos. As inscrições são em Janeiro. Os pais costumam dormir na rua porque entram por ordem de matrícula.
E preços? Bom, preços, meninos, agarrem na calculadora:
- inscrição €€€€€
- almoço €€€€
- serviço de refeitório €€€€
- lanche €€€€
- material didáctico €€€€
- prolongamento de uma hora €€€€
- prolongamento de uma hora e meia €€€€
- música €€€€
- natação €€€€
Contas feitas, nem nos hippies de Monsanto se faz a festa por menos de 450 euros. Mas o que mais me irrita é o item material didáctico. Com tanto dinheiro que se paga, não há um restinho que sobre do serviço de refeitório (aka usar pratos, copos, talheres e mesa e cadeira) para a porra da plasticina?