lista de compras: julho 2005

15.7.05

Hoje vou partir para aqui......


Foto daqui

E a partir de amanhã vou acordar assim...



Foto do Baggio

Olhó gaijo!

Santana Lopes quer negociar solução para Ballet Gulbenkian

Quando mete gajas boas o Flopes aparece sempre. Já com a Torloni foi o que foi...

14.7.05

..... 14 de Julho....

Eu sei, Tomada da Bastilha. Por isso deixo aqui o hino cantado à maneira de Francisco Madureira, cinco anos, amante de futebol e de música, cujo resultado foi o de passar a ouvir hinos nacionais. Hoje ele cantará:

A TRAPATRON DA LA PÁTRIIIII-I-E!!!!!!!!!

E olhem Liberdade, Igualdade e Franternidade para todos, que amanhã vou de férias e ainda tenho dois textos para escrever, uma apresentação de um disco para ir, cumprir a Lista (sim a verdadeira lista) para me lembrar de tudo o que tenho de levar para as férias. Ir ao supermercado, verificar se há fraldas e toalhitas, tirar da montanha de roupa por passar a ferro que a Paula não veio esta semana a roupa engelhada que vou meter na mala, ir buscar o Jaime à creche, entregar um recibo verde, isto depois de ter conseguido uma depilação de última hora.

Férias? Foda-se, acho que os gajos quando tomaram a Bastilha não precisaram de tanto trabalho....

Liberdade, Igualdade e Fraternidade....

Já agora uma ajudita em euros para ir para um resort com tudo prontinho e camas para bebés e senhoras que passam a ferro e que têm lençóis e toalhas próprias em vez de alugar uma casa de pescador, também era fixe. Mas olha, não deu para tudo, não é? Os gajos já foram uns grandes heróis.

À TRAPATRON DE LA PATRIIII-I-E!!!!!!

12.7.05

Espelho meu, espelho meu....

Fui hoje ver a exposição Espelho meu que está no CCB. Portugal no espelho. Portugal pelos olhos dos fotógrafos da Magnum. Vão, vão, vão.

Portugal 2004
Tudo começa na Cova da Moura. Susan Meiselas, fotógrafa, entrou lá de Polaroid em punho e ninguém lhe falou durante dias. Até que um rapaz lhe pediu para que ela o fotografasse. Quando viu a polaroid, quis que Susan a assinasse e pusesse o nome dele e a data.
Assim começou o Nós Kasa, uma exposição que está na Cova da Moura, o tal sítio onde taxista não entra e polícia tão pouco. Na Cova da Moura, há polaroids gigantes em estendais, em paredes grafitadas, em montras de cafés.
Há mulatas que davam capas de revista, há meninas de longos cabelos loiros, há amores de mãe, há peles que se tocam num beijo, numa dança, há crianças que brincam, há rapazes que fotografam. Há casas velhas, há lixo. Há vida.

Portugal cigano
Quatro quadros. Duas caras pintadas. Dois corpos de lantejoulas. Dois homens homens. Dignos de um filme de Kusturica.

Portugal beato
Os santinhos e as santinhas por toda a parte das casas, por detrás do anjo uma bola de futebol, ao lado do Santo António uma escova de fatos.

Portugal visto de trás
Nucas sem cabelo e carrapitos de velhinhas. Nunca se lhes vêem os olhos.

Portugal livre
A revolução de Abril. O povo nas ruas. O 1º de Maio de 75. As cooperativas. As reuniões nos ginásios. O Vasco Gonçalves.Um PIDE ensanguentado.

Portugal em documentário
Mais de 40 filmes sobre a revolução e o PREC foram feitos por estrangeiros. Não há uma única cópia deles em Portugal. Os jornalistas que os fizeram, os realizadores, os homens que vieram em massa para Portugal para registar «um país onde se vivia um sonho». Muitos vieram para partilhar o sonho, outros apenas para registar que esta nossa gente acreditava mesmo que era possível viver em comunidade, em que a enxada era da cooperativa. O registo do Portugal que tinha uma liberdade tão grande que ficou depois tão estreitinha, como diz a Custódia, de Baleizão, 30 anos depois. Já não se lavra a cantar a catarina Eufémia, já não se deslumbram as pessoas ao entrar na Torre Bela e a experimentar as roupas dos ricos. Baleizão já não tem gente na rua ao Domingo. Um dos repórteres diz que chorou quando editou as imagens do pós-revolução com a música do José Mário Branco de fundo: «Foi um sonho lindo que acabou....» Como é possível que tanta gente tenha acreditado que era possível?

Portugal nazi
Nos anos 60 um rapaz da Mocidade Portuguesa faz a saudação nazi. Salazar impera. As caras são tristes. Os penteados rígidos.

Portugal triste e católico
Nos anos 50, dois noivos esperam sentados a uma mesa os convidados que parecem nunca terem chegado. Uma procissão em Trás-os-Montes, duas mulheres de cara tapada com um véu negro. Uma mãe dá de mamar ao filho sentada num saco de trigo enquanto uma criança vestida de anjo a alumia.

40 filmes
1000 fotografias só da Magnum

O QUE PRECISAM MAIS PARA FAZEREM DA SEDE DA PIDE UM CABRÃO DE UM MUSEU EM VEZ DE UM HOTEL DE LUXO?

Olhem-se ao espelho e sintam vergonha...

11.7.05

No tempo das Tuchas....


Foi neste rio que eu aprendi a nadar, andava prá'i na terceira classe e mal começava o Verão, lá íamos nós para o Lenteiro do Rio, onde o Sul e o Vouga se encontram. Íamos com a minha avó Celeste, que levava o farnel e tínhamos de usar sandálias de borracha por causa do lodo das pedras.
A minha avó tinha muita paciência e muito medo também quando nos aventurávamos até à outra margem - ao pontão - onde havia uma corda para dar grandes saltos para a água.
Nesta ponte que aqui se vê passava apenas um carro de cada vez. Às vezes ficava confuso, mas nada de grave. Naquela casa que reflecte na água havia a mercearia da avó do João Heitor, que também era a senhora que sabia cozer as «trigamilhas» - um pão maravilhoso - que já adolescentes comíamos às carradas, cheios de manteiga, a altas horas da madrugada.
Era por esta ponte que se entrava na minha terra. Era por esta ponte que eu ansiava quando ia no autocarro que me trazia de Lisboa para casa, depois de mil curvas e contracurvas.
Era nesta ponte que eu cheirava o meu rio, que eu cheirava as minhas árvores, que eu me lembrava dos piqueniques e de aprender a nadar com a minha avó de quem ainda me lembro muito também.
Esta ponte já não passa de uma miragem, assim como a casa, assim como o rio agora interdito a banhos por estar poluído.
Esta ponte foi substituída por outra em que passam dois carros ao mesmo tempo, até dois camiões!
Esta ponte desapareceu.
A avó do João Heitor há muito que havia fechado a mercearia e as trigamilhas já não se fazem, embora ainda lhes consiga sentir o sabor na boca.
A casa foi abaixo. Passa lá agora uma faixa de betão.
Se conseguissem passar esta ponte, entravam numa terra cheia de verde e casas de pedra, solares de marqueses e quintas.
Agora antes da ponte há uma rotunda com uma estátua foleira do S. Pedro, o padroeiro lá da terra, e no sítio das quintas haverá um Lidl do lado direito e o centro de saúde do lado esquerdo, acompanhado por uma variante que vai «rasgar» o caminho para as termas.

A minha tia diz que o Lidl lhe vai dar jeito.

Eu só consigo dizer que me roubaram as memórias.

8.7.05

Mind the Gap


Londres, 07 Julho 2005

7.7.05

Londres


«They will never succeed in destroying what we hold dear»
Tony Blair

Chegaram a Londres


www.bbcnews.co.uk

09/11 - Nova Iorque
11/04 - Madrid
07/07 - Londres
........... - Lisboa?

Metrogajas, SA

Já anda longa a conversa sobre os metrocoisos aqui pela blogoesfera.

- Ora são os gajos que se depilam e depois não respeitam as regras e vão para a praia com os pelos em estado de crescimento pré-depilação (já disse que é para ficarem em casa nessa altura)

- Ora são aqueles que, em pleno date, dizem «a mim quem me tira a Lancôme tira-me tudo»

- Ora são os que perguntam onde se arranja as unhas mais barato

- Ora são os que gastam horas a arranjarem-se com o creme para isto e o perfume para aquilo e o raio que os parta

- Como disse alguém nums comentários por aí, só lhes falta mesmo terem o período....

Isto são os metrocoisos. Bom, uma gaja não se importa que eles andem arranjadinhos e tal, mas o pelame é para manter, a não ser que se seja o Tony Ramos, e a Lancôme, por favor..... Eu até me arrepio!

E para os que já estão a pensar, olha-me agora estas gajas qualquer dia estão a dizer que querem é os garanhões de volta, os machos latinos que palitam os dentes com banda sonora e que têm unhaca para tirar a cera do orelhame, cá vai uma «piquena» comparação, para vos demover desses pensamentos:

Então e se criássemos a nova categoria: metrogajas?

Cá vão as regras:

1. Metrogaja é gira.
2. Metrogaja não se depila, mesmo no sovacame, embora continue a pôr desodorizante, mas de marca branca
3. Metrogaja não usa soutien, ainda que tenha mamas descaídas
4. Metrogaja veste-se de roupa largueirona
5. Metrogaja arrota no fim das bejecas e diz que vai mandar uma mija
6. Metrogaja consegue mijar em pé
7. Metrogaja não come saladas, cagou na celulite, e curte tripas à moda do Porto e coiratos antes do jogo da bola onde vai com o equipamento XL do Benfica, Sporting ou Porto de há três épocas
8. Metrogaja diz pelo menos uma destas palavras ou expressões - caralho, foda-se, cona da tia, piça, puta que te pariu - em cada frase
8. Metrogaja gosta de gajos

Gajos gostam de metrogajas?

6.7.05

Password: JOAO

A João, Johnny, que ela não gosta que a chamem de Maria João, porque gostava mais de ser Rita João, é minha amiga desde fins de 1993, princípios de 1994. Nessa altura tinha uns cabelos muito compridos aos caracóis e um nariz arrebitado com sardas e uma amiga que alguns pensavam que era irmã dela, a Miriam, esta com cabelos lisos e longos e olhos doces.

Davam muitos risinhos, sentavam-se na fila da frente do anfiteatro 001 e tinham muitas histórias para contar. Às vezes baralhavam-se porque já não sabiam se o que contavam tinha acontecido a uma ou a outra. Funcionavam por osmose.

Conhecemo-nos melhor nos fins de tarde na esplanada da faculdade quando eu exibia os meus dotes de anedotista que acabava por partilhar com o agora meu marido. Um dia disse-lhes, a elas, ou a uma delas, não importa porque o que se diz a uma diz-se à outra: aquele é que era um bom namorado para mim, pena estar ocupado e parece que gosta mesmo da miúda. Afinal fiquei com ele. Adiante.

A João e a Miriam eram às vezes irritantes na sua amizade sempre felizarda. Porque tinham muitas coisas em comum, porque se riam sem sequer falarem. Mas tinham outra coisa maravilhosa: sabiam fazer caretas como ninguém. A João de velha desdentada e a Miriam de taínha. Ainda hoje não há ninguém que as bata nesta tarefa.

Há pouco tempo, separaram-se dos namorados com quem viviam há uns anos. E é aqui que acaba e recomeça a osmose destas almas. A Miriam encontrou outro amor, a João perdeu dois ao mesmo tempo. Agora vivem juntas. A velha na casa da taínha.

A taínha seguiu a nadar para outros rios e mares e a velhota desdentada ainda está a recompor-se, mas está a ficar linda outra vez. O cabelo tem um corte novo, o gancho fica-lhe bem, as novas roupas ficam-lhe a matar.

Alexandre - A João está muito gira. Achas que lhe diga ou achas que ela leva a mal porque pode pensar que lhe estou a dizer isto porque ela está triste?

Rita - Estás parvo? Diz-lhe, porque é verdade.

Ele disse-te? Se não te disse, digo-te eu. Password: joao. J -O- A- O, Maria João. A Andreia sai do computador e fica no coração até seres uma velha desdentada, cheia de filhos e netos lindos.

Isto, veio a propósito disto:

Andreia
É a minha password. A primeira palavra que escrevo todos os dias.

Automaticamente.
A-n-d-r-e-i-a. Enter.

Às vezes engano-me e sai Andriea ou qualquer coisa parecida. Distracções. Mas o computador, generoso, dá-me sempre mais uma oportunidade. Ou duas. E eu, quase sem ver as teclas, que os dedos já as conhecem de cor, lá acerto.
O dia começa então no meu ecrã e preparo-me para organizar pensamentos e ideias. Ainda escrevo a minha palavra-passe mais um par de vezes, que sem ela não posso entrar em muitas casas.

E lembro-me:Olha aqui mãe, ai que tonta (bate com a maozita na testa), enganei-me, olha aqui João. E penso:Tontita.Seis anos. Ela tem seis anos e já faz listas de compras. E diz coisas como eu agora tenho dois namorados e como é ser prima?

E começa as frases quase sempre com um "mas". Mas a minha mãe também tem 30 anos.

É linda, claro. Transparente. Cheira a futuro. Mas eu não quero morrer (num dia em que o assunto, vá lá saber-se porquê, apareceu na mesa do pequeno almoço) sem voltar à Barragem de Montargil.

Gosta de: Barbies, puzzles, livros, filmes (Incríveis, Shrek, Nemo e cª ilimitada), jogar à bola, andar de baloiço, nadar, desenhar, pintar com aguarelas, pensar, falar sozinha, cantar, lavar as mãos com água quente, fazer ondas na banheira, andar de bicicleta, massa com fiambre e natas, gelados, chupas, ouvir histórias, navegar na internet, sites de bonecas famosas, roupas cor-de-rosa, sempre cor-de-rosa, cães, imprimir folhas com desenhos para colorir, muitas, saltar em cima da cama, andar descalça.

Não gosta de: que a mandem fazer muitas coisas, que lhe digam que às vezes ela parece uma bebé e de rabos-de-cavalo. Em Setembro vai para a escola. Aprender a ler mas eu não quero aprender a ler!
porquê? porque depois já não me lês mais histórias. e outras coisas importantes.

Está uma crescida. Não é minha. Mas faz parte de mim.
Tu agora vai ter muitas saudades minhas?, pergunta ela às vezes. Vou, princesa, vou.

5.7.05

Não dá para afundar o cabrão do barco?

Depois de evacuar chineses, indianos, gente de leste - em jangadas construídas com paus de palmeiras, que esta gente é empreendedora - depois de saírem os ingleses de iate após o jantar que comeram às seis da tarde, depois de os desgraçados de Câmara de Lobos pegarem nos seus barquinhos e nos filhos famintos e tentarem chegar às Canárias, depois de os membros do Governo Regional se espetarem ilha abaixo nas putas das charretes ou que merda é aquela em que ilhéus (ou já serão chineses?) puxam os turistas.

Depois do padre de Machico lhe dar a extrema unção....

Não dá para afundar o cabrão do barco com o timoneiro lá dentro?

Se não der, sugiro a tortura.... chinesa.

4.7.05

O meu filho também quer emigrar....

... e pelos vistos para o Norte da Europa.

Só assim consigo justificar que um catraio de 16 meses me tenha «obrigado» a calçar-lhe umas meias com uns ursinhos, vindas da Noruega, com umas sandálias.

PS: é óbvio que não saímos de casa...

1.7.05

E como é fim-de-semana....

(para mim é daqui a seis minutos)

.... vou pensar que estava a delirar quando ouvi o anúncio da próxima edição da Grande Reportagem que traz «a despedida de solteira de Catarina Furtado».

Depois disto, penitencio-me por tudo o que disse de mal sobre a entrada do Dinis Maria no videoclip do papá.

A barriguinha...

Hoje trago um vestido lindo, que comprei no Amo-te Chiado. É cor de rosa e vermelho, é de algodão, tem um look romântico e vê-se a minha barriguinha. Eu decidi que gosto da minha barriguinha.

BUTCH - Is that better, sugar pop?
FABIAN - Oui. Hard day at the office?
BUTCH - Pretty hard. I got into a fight.
FABIAN - Poor baby. Can we make spoons?

Butch climbs into bed, spooning Fabian from behind. When Butch and Fabian speak to each other, they speak in baby-talk.

FABIAN - I was looking at myself in the mirror.
BUTCH - Uh-huh?
FABIAN - I wish I had a pot.
BUTCH - You were lookin' in the mirror and you wish you had some pot? FABIAN - A pot. A pot belly. Pot bellies are sexy.
BUTCH - Well you should be happy, 'cause you do.
FABIAN - Shut up, Fatso! I don't have a pot! I have a bit of a tummy, like Madonna when she did "Lucky Star", it's not the same thing.
BUTCH - I didn't realize there was a difference between a tummy and a pot belly.
FABIAN - The difference is huge.
BUTCH - You want me to have a pot?
FABIAN - No. Pot bellies make a man look either oafish, or like a gorilla. But on a woman, a pot belly is very sexy. The rest of you is normal. Normal face, normal legs, normal hips, normal ass, but with a big, perfectly round pot belly. If I had one, I'd wear a tee-shirt two sizes too small to accentuate it.
BUTCH - You think guys would find that attractive?
FABIAN - I don't give a damn what men find attractive. It's unfortunate what we find pleasing to the touch and pleasing to the eye is seldom the same.

in Pulp Fiction, nas vozes de Bruce Willis e Maria de Medeiros


É por estas e por outras que eu amo o Quentin Tarantino. Um gajo que escreve um diálogo destes tem de ter a Uma Thurman aos seus pés (aos dele, porque os dela são feios comá merda e mesmo assim ele fez um grande plano dos mesmos no Kill Bill - estão a ver?)