Filmes que (realmente) mudaram a minha vida
Quando nos fazem a pergunta, por motivo nenhum ou em corrente blogoesférica, pensamos sempre naqueles filmes que nos marcaram de forma positiva, que nos fizeram acreditar num mundo melhor, que nos encheram a retina de imagens maravilhosas, dos diálogos inesquecíveis, de actores que nos fizeram suspirar, de cenas que vimos vezes sem conta. Mas hoje, a propósito disto, lembrei-me de outro género de filmes marcantes.Vou fazer aqui a lista:
1. Terror na Autoestrada
O filme é de 1986, por isso quando passou na televisão eu devia ter uns doze anos. A minha mãe já há muito que me tinha mandado para a cama, mas eu decidi que ia ficar a espreitar pelo buraco de uma fechadura de uma porta que dava para a sala e onde ficava encostado um sofá. E foi neste momento que tomei uma das piores decisões da minha vida. Durante anos a fio sonhei com o maldito homem à boleia com uma gabardine amarela e que esventrava famílias dentro de carros.
2. Os Pássaros
Ora bem, eu nunca gostei muito de aves, é certo. Mas depois de ver este filme do Hitchcock a vida para mim nunca mais foi a mesma. O auge do terror destes animaizinhos deu-se no que poderia ter sido uma bela tarde passada nas Berlengas. Além de cagarem em tudo quanto é sítio, e de, por isso, me deixarem sempre à espera da altura em que me iam acertar com a porcaria, são tantas mas tantas as gaivotas que eu passei a tarde a pensar o que fazer no momento em que elas atacassem e me matassem à bicada. Não vou lá voltar.
3. O Exorcista II
Depois de ter ficado traumatizada com Terror na Autoestrada nunca mais voltei a ver filmes de terror. Excepção feita a esta bela película, vista em casa da minha amiga Sandra, pelas quatro da tarde de um dia de verão, com todas as janelas abertas e cerca de dez pessoas na sala. Já na altura não havia psicoterapia que me valesse.
4. Emanuelle (não sei que número)
Foi a primeira vez que os nossos amigos rapazes nos deixaram estar com eles numa sala a assistir a uma sessão de sexo no écrã. Alguém conhecia outro alguém do clube de vídeo que lhe passava filmes para adultos ainda que essa pessoa nunca tivesse feito a barba na vida. E foi então com Emanuelle que nos principiámos no cinema erótico, que aquilo também não é propriamente hardcore. O máximo a que tínhamos aspirado foi naquele longínquo dia em que uma alma na RTP se lembrou de pôr no ar um filme de seu nome Pato com Laranja em que uma mulher descia as escadas de mamas ao léu - é tudo o que me lembro, acho que fui mandada para a cama mais cedo nesse dia.
5. Le Gendarme...
Ora bem, ninguém deve conhecer isto mesmo a não ser os habitantes nascidos na década de 70 numa vila próxima de Viseu. Nessa localidade havia um cine-teatro lindíssimo que passava filmes ao fim de semana. Mas não eram assim filmes daqueles que as pessoas que viviam na cidade podiam ver. Nada disso. Aquilo ali era cinema do pior e entre as películas escolhidas pela direcção da coisa - ó Pedro Mexia onde andavas tu? - estavam estas brilhantes comédias francesas que metiam polícias, freiras e muitas quedas aparatosas. O melhor da coisa era que, como não havia pipocas, o pessoal tentava acertar com papelinhos e por vezes pastilhas elásticas nos gajos que se sentavam nos lugares da frente.
6. Rambo II
Ora bem, cá está o nome do primeiro filme que vi num cinema que passava filmes que realmente tinham sido lançados nesse ano e nos quais nem se podia comer, quanto mais atirar coisas às cabeças dos outros espectadores. Podia ter escolhido melhor? Parece que sim. Segundo me disseram, o Rambo II já não era tão bom como o Rambo I...
PS: tentei a todo o custo pôr imagens destes filmes para ilustrar o post, mas o blogger tá marado.