Uma sandes é uma sandes, é uma sandes
Achei que pelo menos o título deveria ser tão fundamentalmente importante e sobejamente elaborado como foi a perplexidade do empregado (será que o posso tratar assim?) do Deli Deluxe quando estranhamente uma cliente lhe fez um pedido nunca antes ouvido muito menos falado em tom de voz normal para um local daquele calibre. Daquele luxo, digamos assim.Tudo começou quando decidi pedir uma sandes de fiambre no Deli. O que, na minha mente, equivale a pão com fiambre lá dentro. Naquele caso, um bom pão e um bom fiambre lá dentro.
- Sandes de fiambre? (diz com olhar quase esgazeado e a boca semi-aberta de espanto)
- Sim... (confirmo)
- (hesita) Não sei se temos fiambre...
- Mas aqui na lista está croissant com fiambre...
- Mas esse fiambre é do croissant (desta vez fala já num tom conhecedor e de forma assertiva)
- Então não pode colocar o fiambre do croissant (atenção, não estamos a falar da Panninni e dos croissants congelados com o fiambre lá dentro, este fiambre era, obviamente, on the side) no pão?
- Bom (hesita outra vez e volta a abrir a boca em semi-espanto), mas o pão que temos é só aquele assim pequeno....
- (apontando para o pão de tosta que estava no prato do meu amigo) Não pode pôr o fiambre neste pão de tosta?
- Ah, talvez então, só se for assim. Vou ver.
Ora bem, lá veio a puta da sandes. No pão tostadinho, com um fiambre de aspecto maravilhoso.
O Jaime dá uma dentada e diz que não quer mais.
- O que é que se passa, Jaime? Não gostas?
- Mãe, este pão não é igual ao que eu comi antes de ir ver o jogo do Sporting com o Penafiel.