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4.12.09

Vou fazer uma árvore de Natal. Na nossa casa onde entrava o sol e onde o filho brinca desarrumado. Vou montar o pinheiro comprado num ano de felicidade qualquer, um dos 15, ou 12, ou 13, não sei ao certo quantos são. Quantos foram. Hoje vou entrar na porta com ele pela mão e vamos procurar o livro dos brinquedos para completar a carta ao Pai Natal. E vou ter de pôr um brilho qualquer nos meus olhos que só se embaciam. Vou pegar nos anjos e pedir que me alumiem, vou colocar as prendinhas e fazer desejos. Tenho de pôr as luzes também, acendê-las, mudar o botão para o modo intensidade flutuante. Mais tarde, quando ele já estiver a dormir, quente, depois de lhe ler uma história - tem sido aquela em que ele marca dois golos pelo Sporting - volto à sala vazia. As luzes vão-me lembrar tudo aquilo que já não existe. Tudo aquilo que já não me pertence. A fotografia permanece lá em cima. A preto e branco. Vou olhar para ela com os olhos molhados, e imaginar natais passados. Aqueles em que fomos felizes os três.