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3.6.05

Esta, só pode ser para rir...

Escreve-se na revista Sábado:

«Faltas de educação e civismo são as situações que mais irritam os portugueses(...) De entre os 17 povos europeus ouvidos numa sondagem efectuada pelas Selecções do Reader's Digest, o português é o mais irritado»

E depois, o sociólogo (ih, ih, ih, não consigo parar de rir, a sério) diz: esta exasperação «explica-se pelo percurso ainda curto da aprendizagem da democracia e da tolerância em Portugal»

Bem, eu não sei quem eles entrevistaram ,se a cambada de gajos que atira lixo para todo o lado, se os que mijam na rua, ou então, se calhar, entrevistaram só os que vivem em Bruxelas.

E depois, pergunto eu ao sociólogo, que deve ser um senhor muito respeitado: eu, que não vivi no tempo do fascismo, não me lembro nada de os meus pais me dizerem que na escola ensinavam às criancinhas a terem falta de civismo.

Não podia haver aglomerados de mais de cinco pessoas, não se podia dizer mal do Governo, nem fazer greves, nada disso, e prendiam-se pessoas a torto e a direito, mas creio que mandar para o caralho o gajo que não anda à velocidade que devia andar, apitar a torto e a direito e ser mal educado nos serviços públicos e ter taxistas a mandar à merda os outros condutores e gente a escarrar para o chão não era muito bonito também...

Ó meu, o Salazar teve culpa de muita coisa, e eu prezo a liberdade inteirinha sem concessões de qualquer género, mas isto também já me parece um pouco de mais... Então o homem também fez de nós «feios, porcos e maus» e nem em 30 anos nós conseguimos mudar?

Não me lembro bem do tempo ao certo, mas parece-me que o Macaco do anúncio demorava apenas dez minutos a aprender a reciclar. Olha que estranho. O Salazar foi de tal maneira, que até nos deu cabo do cérebro e muita desta gente que vive neste canto, nem em 30 anos aprendeu a sequer colocar o lixo dentro dos contentores.

Espera lá, se calhar o Macaco sempre viveu numa democracia. Talvez afinal o sociólogo tenha razão...