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2.3.07

BK

Já me irrita solenemente que nos achem invejosas quando dizemos ou concordamos no facto de a Beyoncé (ó musa inspiradora dos machos planetários) é uma pirosa, que nem com um vestido assinado consegue tirar aquele arzinho chunga. Está uma gaja no sófá lá de casa a deitar palavreado sobre os vestidos e os sapatos e os cabelos e as plásticas das estrelas e leva logo com o sorrisinho 35 e o abanar de cabeça do gajo ao lado que se baba para cima da Knowles mesmo que ela pareça a Miss Pirosa Reboleira.

Mas há outras. Miss Scarlett Johansson, for instance. Que eu não ponho de modo algum no patamar da Beyoncé. É gira, é boa actriz, tem estilo, apesar de às vezes abusar do arzinho Marylin. Mas agora a moça foi elevada à categoria intocável pelo sexo masculino. Por isso, heresia das heresias, dizer que não se gostou por aí além do Match Point é agora significado de: ah, pois, vocês torcem todas o nariz à Scarlett.

Ora vamos lá ver se a gente se entende, sim? Lá por conseguirmos fazer uma análise crítica e racional mesmo estando perante um par de mamas do outro mundo, não faz de nós umas vacas invejosas que no fundo no fundo o que sonham é ter um cú como o da Beyoncé, mesmo que envolvido no mais odioso trapo e tendo um neurónio dentro do cérebro.

O caso da Scarlett, bom, esse já é diferente. Percebo que gostem de um filme porque se babam por uma gaja boa. Afinal, quem é que nunca foi ao cinema ver duas vezes o mesmo filme para não perder mais uma vez em écrã gigante o Jude Law embrulhado na paisagem da Toscânia, com um bronze do outro mundo? A diferença é que não nos chibamos sobre isso...