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8.6.06

Pure Cult

Foto www.iol.pt

Quando cheguei já os Editors tocavam. E tocavam bem. Mas ainda era de tarde, o sol ainda estava muito forte, pouca gente, a coisa não estava bem quente.

Seguiu-se dEUS. Confesso que não sou grande adepta do rock belga, mas da fila do multibanco pareceu-me que o som estava bem bom. Ao contrário das máquinas para levantar dinheiro, que deram o berro e fizeram uma fila interminável, que acebi por abandonar depois de uma alma caridosa me ter emprestado dinheiro.

Pensei ir jantar durante os Cult. Gajos velhos, pá, já não se devem aguentar nas canetas.... Expectativa zero. Mas depois vinham os Keane e por isso o jantar podia ser feito a melhor hora. Escolha acertada. Os Cult entraram e foi o delírio. Grande som, as letras afinal estavam todas escondidas lá no fundinho da memória, o vocalista, ainda que completamente desfigurado - ele que chegou a ser um sex symbol - aguentou-se. Acho que até ele estava espantado com aquele entusiasmo todo.

Jantar. Uma hora de seca a ouvir os Keane, que parece que pegaram em três músicas e as tocaram vezes sem conta até perfazer o tempo de um concerto. São um grande sono.

As pernas já doíam, as costas também, mas lá me aguentei para ver os cabeças de cartaz da noite. Franz Ferdinand. Os Fernandos foram do caraças. Do caraças.

Resta dizer que se estacionou bem, demorou um bocadito a sair de lá, mas nada de grave, não havia bicha para a comida, cervejola da boa e com fartura.

O mistério da tenda VIP

Por acaso tinha uma pulseirinha que dava acesso à zona de imprensa que era também o que se chama de zona VIP. Sinceramente, não entendo aquela fauna que por lá pululava. A fauna dos gajos que aparecem no 24 Horas e na Nova Gente e nos programas de televisão, mais a Maya. A Maya, pá, não falha. E acho que percebo porquê.

Afinal, a senhora deve ser o elo de ligação, o toque caseiro, a anfitriã de todos os eventos, para que aquela gente se sinta toda bem. Porque realmente eles estavam ali como se estivessem no Buddha Bar, ou na inauguração de um restaurante qualquer.

Passeavam-se na relva a comer uma comidinha chocha, tiravam fotografias e muito raramente subiam à varanda para ir ver «o que se passava». O que se passava com aquele povo todo, sei lá, que além de gostar de música e concertos, ainda comprou bilhete e teve de pagar para comer e essas coisas horrorosas que o povo faz.

Mas por que alminha é que esta gentinha toda - e são sempre os mesmos - é convidada para estas coisas? Para quê? Serve quem?

Ultrapassa-me. Juro que me ultrapassa.