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28.6.06

Da bola

Eu sei que nos últimos tempos este blogue tem tido muita bola. Ele é ânsias, ele é vitórias, ele é esperança, ele é vingançazinhas, golos, jogadores.

Todos os dias, porém, também se lê a prosa de quem, não gostando de futebol, passa o tempo a falar de futebol, desde que começou o mundial. Que somos uns terceiro-mundistas, que o país não pensa noutra coisa, que se anda feliz e contente nas ruas e depois a saúde e a educação estão como estão, blá, blá, blá, rebéubéu pardais ao ninho.

Ora portanto temos aqui uma série de pessoas que, não gostando de futebol - o que é um direito, pode ser defeito, mas é um direito - acham que os outros também não deviam gostar. Porque não. Porque aliena. Porque é um exagero. Porque é um jogo com 22 gajos a correr atrás de uma bola. Porque mostra como o país é atrasado. And so on, and so on.

Meus amigos, vamos lá esclarecer uma coisa: quem não gosta, não come. Não quer ver? Não veja. Não quer festejar? Não festeje. Assim como assim, também não estou a ver ninguém incomodar-se com o trânsito no Marquês à meia noite de domingo - a não ser talvez o Vasco Pulido Valente que na noite das marchas quis passar pela avenida da liberdade e não conseguiu, o que o levou a dizer cobras e lagartos das marchas. Eu também não gosto, mas também não me passaria pela cabeça ir para a av. da liberdade no dia de Santo António.

Qual é o problema de isto ser uma alegria passageira? Qual é o drama? Devíamos antes todos andar a bater com a cabeça nas paredes, depois de termos pensado profundamente no assunto e chegarmos à conclusão que o futebol é só futebol e que a nossa vida é uma merda por isso não vale a pena ficarmos contentes por umas horas porque depois tudo volta ao mesmo.
Além disso, o mais certo é Portugal ser eliminado antes da final o que vai fazer com que se fique triste e por isso não vale a pena ficar assim tão alegre só porque estamos nos quartos. Bahhh!

Que gente sem graça, é o que vos digo. Querem ser infelizes sempre? Sejam, who cares.... Mas deixem o pessoal curtir à vontade e esticar bandeiras e ficar sem voz e apitar e dizer muita asneira e gritar que Portugal é que é.

Deixem lá que amanhã já estamos tão chatos como todos vocês.