lista de compras: Kings, vinho tinto e o Jamaica às moscas

2.5.06

Kings, vinho tinto e o Jamaica às moscas

Este fim de semana fui ver, assim sem aviso prévio, o concerto dos Kings of Convenience. Fui por uma questão de conveniência, digamos. O meu objectivo era ir à festa de encerramento do IndieLisboa, mas tinha de aguentar-me acordada até à meia noite o que, ficando em casa, seria impossível. Por isso aproveitei um bilhete mais ou menos extra e fui.

Confesso que tinha ouvido duas músicas destes rapazes antes de pôr o pezito na Aula Magna. Uma dessas vezes em que os ouvi no autorádio pareceram-me assim um género Simon e Garfunkel sem tanto falsete....

Bom, estavam ali os rapazes, com uma luz ténue em palco, um deles tem um ar de nerd inimaginável, mas olha, é divertido, tem sentido de humor. Aliás, não fosse isso e juro que teria adormecido na quinta música, ou na quarta, ou na sexta, visto que aquilo tudo me soava sempre igual....

Teria.... não fosse de facto o divertido nerd e o cheiro que emanava da fila da frente.... Pois que logo havia de ter ficado sentada atrás de um grupinho de neo hippies que decidiram regar o concerto com vinho tinto alternado com vinho do Porto. Era garrafa a passar para um lado.... garrafa a passar para o outro.... e de cada vez que as criaturas abriam a boca lá vinha o cheiro. Isto chegou ao ponto de às tantas uma rolha de garrafa ter aterrado no meu colo, depois de a rapariga descordenada que estava à minha frente a ter largado numa tentativa vã de estalar os dedos ao ritmo - sempre lento - da música.

A sorte é que quase no final do concerto os gajos decidiram chamar as pessoas para o palco e eles lá foram espalhar o seu perfume - ah, é claro que temos de juntar ao tintol o sovaco que nunca viu uma gillete e os cabelinhos oleosos. Pergunta: não se pode ser neo hippie e tomar banho ao mesmo tempo?

Bom, adiante. O concerto até foi engraçado, bora lá para a festarola do IndieLisboa que prometia boa música por três euros. Chegados ao Convento das Mónicas havia uma bicha de cem metros para entrar. Ok, vamos lá aguentar, logo se vê o que isto dá. Vinte minutos depois entrámos.

E logo se percebeu o motivo do atraso. Duas moças sentadas numa secretária recebiam os ditos 3 euros e carimbavam o pulso de quem entrava. Digo já aqui que ODEIO ESSA MERDA dos carimbos. Mas vá.

Achámos estranho não se ouvir música na rua, mas ficámos na dúvida. Ora dúvidas imediatamente desfeitas assim que chegámos à sala. O som era uma valente porcaria, cheio de ruído... Ninguém dançava - pudera - e tinhamos de comprar senhas para ir buscar as bebidas ao bar.

Meia hora depois estávamos de lá para fora.

Pergunta: esta merda desta festa era para dar a ideia de que a coisa é tão independente que não faz mal que pareça assim uma daquelas festas de faculdade para angariar dinheiro para as viagens de finalistas, mas com pior som?

Alguém me diga que gostou daquilo e depois me explique por que razão, por favor!

Lá fui então para casa, com uns euros a menos e completamente desconsolada. O resto da malta foi até ao Jamaica e - pasme-se!!!! - quando chegou lá estavam cinco pessoas lá dentro. 5, cinco, cinq, five!

Que noite bizarra. No mínimo, bizarra...