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26.9.05

Alegadamente, eu vejo mal (a saga continua)

Ora eu percebo todos os propósitos da Vieira do Mar quando fez a explanação da aplicação da prisão preventida em todas as suas vertentes.

De facto, a senhora nunca chegou a ter ordem de prisão, porque SE PIROU na noite anterior à emissão do mandado (ela sempre foi certeira na marcação das férias, realmente, nunca a ouvi dizer que usava os leilões da TAP...).

Também não há dúvidas de que a senhora poderia ficar no Brasil (ao que parece foi no Brasil que ela esteve em directo para as televisões portuguesas, mas isso não deve sequer constituir prova em tribunal, uma vez que a juíza diz não ter a certeza), visto que tem cidadania brasileira e lá a justiça portuguesa não a pode tocar.
(a Fátima sempre primou por escolher muito bem os seus destinos de férias)

E também é verdade que ela se apresentou à justiça portuguesa QUANDO E APENAS QUANDO sabia que já não era possível aplicar-lhe a tal pena, não é verdade?

Admitindo que o facto de a senhora se ter ausentado do país sem mais nem porquê horas antes de lhe ter sido emitida uma ordem de prisão não constitui prova suficiente de que a senhora poderia pirar-se novamente, de facto, a lei está do lado dela.

Também é verdade que a senhora ainda não foi julgada e daí não podermos afirmar que a senhora seja culpada seja lá do que for que está acusada. É inocente até prova em contrário.

E eu também sei que a estátua da Justiça é cega. Escusava era de ter piscado o olho à Fátima sempre na hora certa, ou seja, na hora em que sempre lhe dava, deu e continua a dar jeito.

Por isso, sim, eu indigno-me que um comportamento como o desta mulher passe assim, como se de apenas se tratasse de artigos e alíneas. A lei é dura cumpra-se a lei. Agora, não me façam é pôr umas vendas nos olhos, porque as leis servem os homens e quando não são boas, mudam-se (aliás, a lei dá até margem para outra decisão, mas vá). E leis que favorecem este tipo de comportamentos não são boas, não podem ser.

Por isso esta situação vai continuar a escandalizar-me e a fazer sentir-me envergonhada enquanto cidadã deste país (embora já não coloque de parte a emigração para o Brasil - a gaja veio de lá com um bronze do cacete...).