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25.11.07

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Se eu pudesse, descalçava-te e punha-te a andar no chão deste inverno que já é frio. A balançar as ancas debaixo das saias pretas, a apanhar o cabelo que te chegava ao fundo das costas, a cobri-lo com o lenço de lã. A encher os baldes de comida para os animais, a carregar os fardos de erva, a apanhar galinhas, a meter as mãos na água da ribeira, a fazer fogueiras no chão da casa.
Não, nunca foste uma avó de colo. Foste sempre uma mulher com os pés assentes na terra, que para ti nunca era gelada.